O médico Pedro Pires, especialista em Medicina Fetal, faz um alerta que vem ganhando aceitação da classe médica brasileira.
Tendo em vista a supervalorização que é dada à avaliação da translucência nucal, no exame de ultrassom no 3º mês, ele desenvolveu uma nova pirâmide de prioridades. O especialista enfatiza a avaliação da idade gestacional, a morfologia fetal e o Doppler das uterinas como os principais pontos a serem observados. Chama a atenção para os resultados perinatais, como a prematuridade, que é um dos principais problemas de saúde nesse período, constituindo a causa mais importante de mortalidade neonatal.
Segundo Pires, “as situações que causam maior impacto nos resultados perinatais são: prematuridade 12%, pré-eclâmpsia 7%, insuficiência placentária e/ou restrição do crescimento fetal 5% e as malformações congênitas 3%, superando o impacto da cromossomopatias, especialmente a síndrome de Down, cuja incidência é de 0,3 a 0,9%.
” Portanto, a avaliação da translucência nucal para identificar fetos de risco para síndrome de Down não é o parâmetro mais importante para ser avaliado nesse exame do 3º mês”, relata.